Para quem não teve a oportunidade de ler esta matéria, publicada no Site
Falasantos , em 23/02/2011, reproduzo aqui, pois ela retrata bem a situação da Guarda Portuária, de Santos, até os dias de hoje. A matéria faz uma referência ao Navio Raul Soares, onde na época da ditadura militar, ficavam os presos políticos da cidade de Santos, numa época em que o Congresso Nacional foi fechado, e os militares impunham as suas vontades. O Assédio Moral então nem existia.
Nos últimos dias o mundo tem assistido a queda, com efeito dominó em curso no Oriente Médio, de governos movidos por líderes autoritários e autocratas. A bem da verdade, não foram poucos os que promoveram grandes transformações e alteraram definitivamente o curso da história, mas, por outro lado, foram muitos os que marcaram seus governos deixando "atos e realizações" perfeitamente deléveis, cujas administrações foram voltadas, em verdade, para si próprios.
Na extinta Companhia Docas de Santos, nem nos tempos da Ditadura onde os comandantes da Guarda Portuária eram nomeados pelos quartéis, jamais se viu tamanho amadorismo, descaso e despreparo em suas fileiras de comando. Mesmo diante de toda aquela turbulência que durou 21 anos, os próprios militares ou seus designados, sempre souberam dialogar com os trabalhadores e seus representantes. Alguns poucos, ainda que para triste lembrança de muitos, deixaram saudades, enquanto outros tantos que por ali passaram, simplesmente caíram no esquecimento. Entretanto, sem uma única exceção, todos os que um dia estiveram à frente da Guarda Portuária, mesmo com a censura lhes favorecendo, falaram e ouviram.
Os argumentos revelados pelo atual Superintendente da Guarda Portuária da Codesp, Celso Simonetti Trench Júnior, em ofício encaminhado recentemente ao Sindaport, revelam notadamente sua ultrapassada vocação autocrata, há muito em desuso e que já não significa absolutamente nada em termos de administrações modernas e profissionalizadas. Na própria Codesp, já estatal, os que o antecederam sempre optaram pelo diálogo franco, aberto e democrático, pelos quais, à luz das idéias, invariavelmente se chegou a um bom termo. Ainda que diante das mais diversas e distantes opiniões, o debate é e será por vias de regra a razão de todo e qualquer entendimento, devendo ser sempre valorizado. A lamentar, a opinião contrária da Superintendência que aí está.
Há de se estranhar que passados 26 anos do término de Governos Militares, ainda pairam sentimentos de autoritarismo e poder absoluto na administração de importante corporação, vital para a segurança e boa ordem do cais santista, a Guarda Portuária. Mais estranho ainda, se tais métodos de gestão, arcaicos e obsoletos, forem comparados com os praticados pelos demais Superintendentes e integrantes da atual Diretoria, totalmente desprovidos de arrogância, prepotência e truculência. Em síntese, eles sabem que já não resta nenhum argumento eficaz contra retóricas ultrapassadas. Coronel Garbogini já!!!!
Sou contra toda forma de autoritarismo. Na época obscura da ditadura militar, abuso era regra e assediador era estrela pop, ainda bem que não resistiu a democracia. Falar em direitos naquele perído era exercício de criatividade, algo irreal, mesmo; que dirá usar o termo derivado da psicologia- assédio moral. A violência, própriamente dita, sempre existiu, até que, recentemente, a definição foi incorporada pelo Direito. De qualquer forma é violência que deve ser combatida, mas infelizmente conta com a omissão de determinadas empresas que são responsabilizadas civilmente, exatamente por isso.
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